terça-feira, 24 de novembro de 2009

Mais um poema de Rafael Cortez.

Projeto à vereadora



Minha nobre vereadora:
Neste ofício improvisado
Venho dividir o que se aflora
- o meu olhar muito cansado,
o desgaste sem limite
onde ele, acredite
já não vem de hoje e agora
(e só piora com a senhora) –
É que a vida está pesada
E não há nada que a habilite
Eu quase nunca gosto de nada
E é capaz que eu tenha um chilique!
Se a senhora permite aparte,
Minha nobre parlamentar
Proponho-te logo um debate :
Onde isso aqui pode parar?
Pensando no ofício que exerce
Este teu jovem assessor
- que de política pouco conhece
e trabalha muito por pouco valor
Eu lhe peço, considere
O pedido que lhe faço agora :
Vereadora, me exonere!!!!
Pois eu quero ir embora.

                                     (Rafael Cortez) – 02-10-2004

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (Recife, 19 de abril de 1886Rio de Janeiro, 13 de outubro1968) foi um poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro. de
Considera-se que Bandeira faça parte da geração de 22 da literatura moderna brasileira, sendo seu poema Os Sapos o abre-alas da Semana de Arte Moderna de 1922. Juntamente com escritores como João Cabral de Melo Neto, Paulo Freire, Gilberto Freyre e José Condé, representa a produção literária do estado de Pernambuco.

ARTE DE AMAR

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.

Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Rafael Cortez (4º Bimestre)

Rafael Cortez é um ator, jornalista, violonista que tem 30 anos e que atualmente participa do programa Custe o Que Custar (CQC) da rede Bandeirantes. Rafael não é poeta, mas é e escritor de poemas e músicas nas horas vagas e aqui teremos alguns poemas de Rafael, esperamos que gostem.

Ela te gosta

De um telefonema, nasce um novo jeito
E a vida se ajeita em uma nova condição
De uma condição nova no peito
O peito se acostuma a rever sua situação

De uma situação acostumada
Onde convinha dada direção
Passa a ser reescrita a forma errada
- agora o mocinho se torna o vilão!

No mundo obscuro, alguém sabe a resposta
Ela virá no seu futuro, talvez num sussurro:
"Ela te gosta"!

(Rafael Cortez) - 12/04/04                                  

terça-feira, 29 de setembro de 2009


“A história de Os Mutantes é talvez uma das mais estranhas em toda a história do Rock, e serviu como inspiração para artistas tão variados como David Byrne, Beck, Sean Lennon e Nirvana… Eles tiveram a coragem de criar uma fusão de ritmos tradicionais brasileiros com psicodelismo em uma época em que os admiradores da MPB foram abertamente hostis aos sons selvagens do Rock ‘n roll norte-americano.
Fizeram tudo isso sob o olhar atento da repressão brutal da ditadura militar. Eram regularmente censurados pelo governo durante as execuções públicas de suas músicas ao lado de revolucionários como Gilberto Gil e Caetano Veloso, que foram presos e exilados por suas posturas políticas.

domingo, 27 de setembro de 2009

A saída de Rita Lee

Em março de 1972, foi lançado Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets. O título do disco é uma homenagem a Tim Maia, que era amigo dos Mutantes, e que chamava "baurets" os cigarros de maconha que costumava fumar. Esse foi o último LP do grupo com participação de Rita Lee. Na época correu a notícia de que a saída de Rita se deu devido a diferenças musicais com os Irmãos Baptista, mas na verdade foi motivado pelo fim de seu casamento com Arnaldo.
Ainda em 1972, foi descoberto um estúdio de 16 canais do país. Os Mutantes tentaram lançar mais um álbum da banda naquele ano, porém a gravadora estava mais interessada em lançar um álbum de Rita Lee e determinou que apenas ela assinasse um contrato para o disco. Isoo explica o fato do disco Hoje É o Primeiro Dia Do Resto da Sua Vida ter sido só creditado à Rita Lee, mesmo quando todos os integrantes da banda tinham partidcipado da promoção.

sábado, 26 de setembro de 2009

Sobre o Tropicalismo... Parte 2

Os tropicalistas deram um histórico passo à frente no meio musical brasileiro. A música brasileira pós-Bossa Nova e a definição da “qualidade musical” no País estavam cada vez mais dominadas pelas posições tradicionais ou nacionalistas
de movimentos ligados à esquerda. Contra essas tendências,
o grupo baiano e seus colaboradores procuram universalizar
a linguagem da MPB, incorporando elementos da cultura jovem mundial, como o rock, a psicodelia e a guitarra elétrica.
Ao mesmo tempo, sintonizaram a eletricidade com as informações da vanguarda erudita por meio dos inovadores arranjos de maestros como Rogério Duprat, Júlio Medaglia
e Damiano Cozzela. Ao unir o popular, o pop e o experimentalismo estético, as idéias tropicalistas acabaram impulsionando a modernização não só da música, mas da própria cultura nacional.

Embora marcante, o Tropicalismo era visto por seus adversários como um movimento vago e sem comprometimento político, comum à época em que diversos artistas lançaram canções abertamente críticas à ditadura. De fato, os artistas tropicalistas fazem questão de ressaltar que não estavam interessados em promover através de suas músicas referências temáticas tradicionais à problemática político-ideológica, como feito até então pela canção de protesto: acreditavam que a experiência estética vale por si mesma e ela própria já é um instrumento social revolucionário.

O movimento, libertário por excelência, durou pouco mais de um ano e acabou reprimido pelo governo militar. Seu fim começou com a prisão de Gil e Caetano, em dezembro de 1968. A cultura do País, porém, já estava marcada para sempre pela descoberta da modernidade e dos trópicos.

Sobre o Tropicalismo...

A Tropicália, Tropicalismo ou Movimento tropicalista foi um movimento cultural brasileiro que surgiu sob a influência das correntes artísticas de vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira (como o pop-rock e o concretismo); misturou manifestações tradicionais da cultura brasileira a inovações estéticas radicais. Tinha objetivos comportamentais, que encontraram eco em boa parte da sociedade, sob o regime militar, no final da década de 1960. O movimento manifestou-se principalmente na música (cujos maiores representantes foram Caetano Veloso, Torquato Neto, Gilberto Gil, Os Mutantes e Tom Zé); manifestações artísticas diversas, como as artes plásticas (destaque para a figura de Hélio Oiticica), o cinema (o movimento sofreu influências e influenciou o Cinema novo de Gláuber Rocha) e o teatro brasileiro (sobretudo nas peças anárquicas de José Celso Martinez Corrêa). Um dos maiores exemplos do movimento tropicalista foi uma das canções de Caetano Veloso, denominada exatamente de "Tropicália".

O movimento surgiu da união de uma série de artistas baianos, no contexto do Festival de Música Popular Brasileira promovidos pela Rede Record, em São Paulo e Globo, no Rio de Janeiro.

Um momento crucial para a definição da Tropicália foi o Festival de Música Popular Brasileira, no qual Caetano Veloso interpretou "Alegria, Alegria" e Gilberto Gil, ao lado dos Mutantes, "Domingo no Parque". No ano seguinte, o festival foi integralmente considerado tropicalista (Tom Zé aí apresentou a canção "São Paulo"). No mesmo ano foi lançado o disco Tropicália ou Panis et circensis, considerado quase como um manifesto do grupo.

Continua..