terça-feira, 29 de setembro de 2009


“A história de Os Mutantes é talvez uma das mais estranhas em toda a história do Rock, e serviu como inspiração para artistas tão variados como David Byrne, Beck, Sean Lennon e Nirvana… Eles tiveram a coragem de criar uma fusão de ritmos tradicionais brasileiros com psicodelismo em uma época em que os admiradores da MPB foram abertamente hostis aos sons selvagens do Rock ‘n roll norte-americano.
Fizeram tudo isso sob o olhar atento da repressão brutal da ditadura militar. Eram regularmente censurados pelo governo durante as execuções públicas de suas músicas ao lado de revolucionários como Gilberto Gil e Caetano Veloso, que foram presos e exilados por suas posturas políticas.

domingo, 27 de setembro de 2009

A saída de Rita Lee

Em março de 1972, foi lançado Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets. O título do disco é uma homenagem a Tim Maia, que era amigo dos Mutantes, e que chamava "baurets" os cigarros de maconha que costumava fumar. Esse foi o último LP do grupo com participação de Rita Lee. Na época correu a notícia de que a saída de Rita se deu devido a diferenças musicais com os Irmãos Baptista, mas na verdade foi motivado pelo fim de seu casamento com Arnaldo.
Ainda em 1972, foi descoberto um estúdio de 16 canais do país. Os Mutantes tentaram lançar mais um álbum da banda naquele ano, porém a gravadora estava mais interessada em lançar um álbum de Rita Lee e determinou que apenas ela assinasse um contrato para o disco. Isoo explica o fato do disco Hoje É o Primeiro Dia Do Resto da Sua Vida ter sido só creditado à Rita Lee, mesmo quando todos os integrantes da banda tinham partidcipado da promoção.

sábado, 26 de setembro de 2009

Sobre o Tropicalismo... Parte 2

Os tropicalistas deram um histórico passo à frente no meio musical brasileiro. A música brasileira pós-Bossa Nova e a definição da “qualidade musical” no País estavam cada vez mais dominadas pelas posições tradicionais ou nacionalistas
de movimentos ligados à esquerda. Contra essas tendências,
o grupo baiano e seus colaboradores procuram universalizar
a linguagem da MPB, incorporando elementos da cultura jovem mundial, como o rock, a psicodelia e a guitarra elétrica.
Ao mesmo tempo, sintonizaram a eletricidade com as informações da vanguarda erudita por meio dos inovadores arranjos de maestros como Rogério Duprat, Júlio Medaglia
e Damiano Cozzela. Ao unir o popular, o pop e o experimentalismo estético, as idéias tropicalistas acabaram impulsionando a modernização não só da música, mas da própria cultura nacional.

Embora marcante, o Tropicalismo era visto por seus adversários como um movimento vago e sem comprometimento político, comum à época em que diversos artistas lançaram canções abertamente críticas à ditadura. De fato, os artistas tropicalistas fazem questão de ressaltar que não estavam interessados em promover através de suas músicas referências temáticas tradicionais à problemática político-ideológica, como feito até então pela canção de protesto: acreditavam que a experiência estética vale por si mesma e ela própria já é um instrumento social revolucionário.

O movimento, libertário por excelência, durou pouco mais de um ano e acabou reprimido pelo governo militar. Seu fim começou com a prisão de Gil e Caetano, em dezembro de 1968. A cultura do País, porém, já estava marcada para sempre pela descoberta da modernidade e dos trópicos.

Sobre o Tropicalismo...

A Tropicália, Tropicalismo ou Movimento tropicalista foi um movimento cultural brasileiro que surgiu sob a influência das correntes artísticas de vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira (como o pop-rock e o concretismo); misturou manifestações tradicionais da cultura brasileira a inovações estéticas radicais. Tinha objetivos comportamentais, que encontraram eco em boa parte da sociedade, sob o regime militar, no final da década de 1960. O movimento manifestou-se principalmente na música (cujos maiores representantes foram Caetano Veloso, Torquato Neto, Gilberto Gil, Os Mutantes e Tom Zé); manifestações artísticas diversas, como as artes plásticas (destaque para a figura de Hélio Oiticica), o cinema (o movimento sofreu influências e influenciou o Cinema novo de Gláuber Rocha) e o teatro brasileiro (sobretudo nas peças anárquicas de José Celso Martinez Corrêa). Um dos maiores exemplos do movimento tropicalista foi uma das canções de Caetano Veloso, denominada exatamente de "Tropicália".

O movimento surgiu da união de uma série de artistas baianos, no contexto do Festival de Música Popular Brasileira promovidos pela Rede Record, em São Paulo e Globo, no Rio de Janeiro.

Um momento crucial para a definição da Tropicália foi o Festival de Música Popular Brasileira, no qual Caetano Veloso interpretou "Alegria, Alegria" e Gilberto Gil, ao lado dos Mutantes, "Domingo no Parque". No ano seguinte, o festival foi integralmente considerado tropicalista (Tom Zé aí apresentou a canção "São Paulo"). No mesmo ano foi lançado o disco Tropicália ou Panis et circensis, considerado quase como um manifesto do grupo.

Continua..

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

                         TOP 10 dos mutantes

1- Panis Et Circensis (Os Mutantes, 1968 ou em Tropicália, 1967)


A faixa de abertura do primeiro disco da banda é uma obra prima da música brasileira. "Panis Et Circensis" é uma alegoria feita com uma maestria gigante para contestar o Brasil. E eu digo o Brasil da ditadura e o Brasil atual, já que todo mundo ainda fica preocupado em nascer e morrer.


2- Desculpe, Babe (A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado, 1970)

A melodia mais bonita da banda. Com um refrão espetacular, na melhor fase dos Mutantes.


3- Vida de Cachorro (Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets, 1972)

Os Mutantes decidiram fazer uma declaração de amor para um cachorro, numa modinha de violão belíssima. Sou fã dessa música.


4- Virgínia (Jardim Elétrico, 1971)

Quando eles falavam de amor, eram imbatíveis. Como nessa música, Virgínia.


5- Top Top (Jardim Elétrico, 1971)

E quando queriam SABOTAR, ninguém se aproximava deles. Aliás, Jardim Elétrico é o disco que marca uma virada sutil que depois iria se transformar no progressivo futuro da banda. O disco deixa de lado um tropicalismo e passa a investir em um rock menos alegórico, porém ainda satírico.


6- Fuga número 2 (Mutantes, 1969)

Faixa do segundo disco da banda, essa música é espetacular, com um dos refrões mais contundentes feitos pela banda.


7- Portugal de Navio (Jardim Elétrico, 1971)

Outra música desse álbum excepcional, investindo novamente na sátira.


8- Qualquer Bobagem (Mutantes, 1969)

Foi regravada pelo Pato Fu, mas criada por eles, em plena ebulição do tropicalismo e no meio da ditadura. Os Mutantes conseguiam ser tudo isso, tropicalistas, progressivos e visionários. Aí está a "caipira" Qualquer Bobagem pra misturar pureza, sofisticação e ousadia.


9- Chão de Estrelas (Divina Comédia ou Ando Meio Desligado, 1970)

Um clássico da música brasileira na Era do Rádio gravado por uma banda de rock? Tropicalismo: Brasil acima de tudo, com qualidade, numa versão exemplar.


10- O A e o Z (O A e o Z, 1992)

Gravado nos anos 1970, mas somente lançado em 1992, o disco é da fase progressiva da banda. Mas "O A e o Z" é a melhor música dessa fase, quando a banda era de Sérgio Dias, um dos maiores guitarristas de todos os tempos no país.

domingo, 20 de setembro de 2009

Qualquer Bobagem - 1969

Tago mais uma musica, regravada pelo Pato Fu, mas criada por eles, em plena ebulição do tropicalismo e no meio da ditadura. Os Mutantes conseguiam ser tudo isso, tropicalistas, progressivos e visionários. Aí está a "caipira" Qualquer Bobagem pra misturar pureza, sofisticação e ousadia. Letra:

Chegue perto de mim
Não precisa falar
Acenda o meu cigarro,
Não queira me agradar
Queira, queira.

Não decida, nem pense
Não negue, nem se ofereça
Não queira se guardar
Não queira se mostrar
Queira, queira.

Escute esta canção
Ou qualquer bobagem
Ouça o coração, amor

Escute esta canção
Ou qualquer bobagem
Ouça o coração, que mais?
Sei lá!


Segue o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=zzs-FtM6j9Q

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Panis Et Circensis


(Os Mutantes, 1968 ou em Tropicália, 1967)
A faixa de abertura do primeiro disco da banda é uma obra prima da música brasileira. "Panis Et Circensis" é uma alegoria feita com uma maestria gigante para contestar o Brasil. E eu digo o Brasil da ditadura e o Brasil atual, já que todo mundo ainda fica preocupado em nascer e morrer.
"Eu quis cantar
Minha canção iluminada de sol
Soltei os panos sobre os mastros no ar
Soltei os tigres e os leões nos quintais
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer
Mandei fazer
De puro aço luminoso um punhal
Para matar o meu amor e matei
Às cinco horas na avenida central
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer
Mandei plantar
Folhas de sonho no jardim do solar
As folhas sabem procurar pelo sol
E as raízes procurar, procurar
Mas as pessoas na sala de jantar
Essas pessoas na sala de jantar
São as pessoas da sala de jantar
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer"

Aqui segue o link de um video da musica para quem quiser conferir http://www.youtube.com/watch?v=g2EKghlmIyQ

Tropicália


Os mutantes tiveram vários artistas da poesia da época militar como quando em 1968 gravaram o clássico LP "Tropicália ou Panis et Circensis" na companhia de Gil, Caetano, Gal, Tom Zé e Nara Leão.

No mesmo ano sai o primeiro LP só dos Mutantes, com os sucessos "Bat Macumba" (Gil), "Panis et Circensis" e "A Minha Menina" (Jorge Ben Jor).
Os Mutantes se consagraram como um grupo musicalmente criativo e com uma postura de deboche e irreverência. Apresentaram-se na França em 1969 e lançaram o segundo disco. Participaram de outros festivais, acompanhando Caetano Veloso em 1968 com "É Proibido Proibir" e atuando sozinhos com "Dom Quixote" e "2001" e em 1970 com "Ando Meio Desligado".

terça-feira, 8 de setembro de 2009

About

Os Mutantes é uma banda formada no ano de 1966, em São Paulo, por Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias. A banda é considerada um dos principais grupos do rock brasileiro. Além do inovador uso de feedback, distorção e truques de estúdio de todos os tipos, os Mutantes foram os pioneiros na mescla do rock'n'roll com elementos musicais e temáticos brasileiros. Outra característica do grupo era a irrevêrencia. Se antes dos Mutantes, o gênero no Brasil era basicamente imitativo, a partir do pioneirismo de Arnaldo, Sérgio e Rita, abriu-se o caminho do hibridismo. Também participaram do grupo, Liminha e Dinho Leme.
Os Mutantes iniciou suas atividades em 1966, como um trio, quando se apresentaram em um programa da TV Record, até terminar em 1978 com apenas Sérgio Dias como integrante original. Ao longo destes doze anos, foram gravados nove álbuns - sendo que dois deles, O A eo Z e Tecnicolor, foram lançados apenas na década de 1990. Foi nessa década que foi reconhecida no cenário do rock nacional e internacional a importância dos Mutantes como um dos grupos mais criativos, dinâmicos, radicais e talentosos da história da música brasileira e mundial.